IV ENCONTRO EMPRESARIAL BRASIL PORTUGAL
ENERGIA 2007
Rio de Janeiro, 07 de Dezembro de 2007
1 - As dificuldades de abastecimento energético de diversos Estados-membros da União Europeia, o debate da questão do nuclear, a emergência das energias renováveis impelem a União Europeia para a necessidade de estudar os cenários energéticos para as próximas décadas. Com esse objectivo, o Painel Cientifico e Tecnológico do Parlamento Europeu decidiu encomendar ao Instituto Dinamarquês de Tecnologia a coordenação de um estudo de previsão dos cenários energéticos, para as próximas décadas, sendo uma das referências o ano 2030 para o qual se procurará definir um quadro energético sustentável à escala europeia. Como supervisor desse estudo, no âmbito do Parlamento Europeu, presidi em 20 de Novembro último, a uma Conferência, na qual intervieram vários deputados ao Parlamento Europeu, cientistas e investigadores de diversos países, representantes da Comissão Europeia e outros peritos. Nesta Conferência, debatemos os aspectos a aprofundar na próxima fase desse estudo de previsão e definição dos cenários energéticos para as próximas décadas. Nesse contexto, serão aprofundados aspectos mais ligados à eficiência energética e à poupança de energia, as opções de transporte e as infra-estruturas energéticas.
2 - Neste âmbito, ganha particular importância a emergência das energias renováveis. Em Outubro de 2006, em Oslo, numa Conferência internacional sobre "Os Sistemas Europeus de Energia em Transição" referi a eventual importância de coordenar as políticas de energia dos diferentes Estados europeus, ou caminhar-se mesmo para uma assumida Estratégia Europeia de Energia. Ao mesmo tempo que apresentei o Guia, então em elaboração, das Energias Renováveis, disponíveis para aplicação pelos poderes locais e regionais.
3 - Mas outra preocupação aflora no quadro europeu. O gradual aumento da utilização de biocarburantes provocou a diminuição significativa do stock de um conjunto de cereais em numerosos países europeus, tendo contribuído também para o aumento substancial dos preços desses cereais. Esse aumento de preços cria dificuldades na economia das unidades empresariais do sector agro-pecuário e no próprio preço para os cereais destinados ao consumo humano. Todos estes efeitos se verificam na altura em que a União Europeia, nomeadamente o Parlamento e a Comissão Europeia se preparam para uma clara reestruturação da Política Agrícola Comum.
4 - Em qualquer caso, importa também fazer o ponto de aspectos essenciais da actual situação de dependência energética de boa parte da União Europeia, associando o quadro energético ao sistema envolvente geopolítico. E nesse contexto, importa sublinhar o papel decisivo da Rússia e potencialmente relevante da Turquia, bem como do Magreb e da Nigéria, no abastecimento energético à Europa. Quer a Rússia quer a Turquia estabelecem e planeiam "pipelines" e gasodutos com trajectos alternativos. Há uma necessidade de coordenar as políticas energéticas à escala europeia, o que se tem aliás revelado bem difícil, com vários acordos parcelares e nacionais, nomeadamente com a Rússia, completamente autónomos face a uma estratégia europeia qe se procura coordenar, também no domínio da Enrgia.
5 - Mas o debate destas questões pode ganhar outra amplitude, quando ultrapassa o âmbito Continental da União Europeia e se faz à escala intercontinental, num debate franco e aberto com a América Latina e nomeadamente com os nossos irmãos brasileiros, com larguíssima experiência e capacidade inovadora nestes domínios.
Muito obrigado pela vossa atenção.
ENERGIA 2007
Rio de Janeiro, 07 de Dezembro de 2007
1 - As dificuldades de abastecimento energético de diversos Estados-membros da União Europeia, o debate da questão do nuclear, a emergência das energias renováveis impelem a União Europeia para a necessidade de estudar os cenários energéticos para as próximas décadas. Com esse objectivo, o Painel Cientifico e Tecnológico do Parlamento Europeu decidiu encomendar ao Instituto Dinamarquês de Tecnologia a coordenação de um estudo de previsão dos cenários energéticos, para as próximas décadas, sendo uma das referências o ano 2030 para o qual se procurará definir um quadro energético sustentável à escala europeia. Como supervisor desse estudo, no âmbito do Parlamento Europeu, presidi em 20 de Novembro último, a uma Conferência, na qual intervieram vários deputados ao Parlamento Europeu, cientistas e investigadores de diversos países, representantes da Comissão Europeia e outros peritos. Nesta Conferência, debatemos os aspectos a aprofundar na próxima fase desse estudo de previsão e definição dos cenários energéticos para as próximas décadas. Nesse contexto, serão aprofundados aspectos mais ligados à eficiência energética e à poupança de energia, as opções de transporte e as infra-estruturas energéticas.
2 - Neste âmbito, ganha particular importância a emergência das energias renováveis. Em Outubro de 2006, em Oslo, numa Conferência internacional sobre "Os Sistemas Europeus de Energia em Transição" referi a eventual importância de coordenar as políticas de energia dos diferentes Estados europeus, ou caminhar-se mesmo para uma assumida Estratégia Europeia de Energia. Ao mesmo tempo que apresentei o Guia, então em elaboração, das Energias Renováveis, disponíveis para aplicação pelos poderes locais e regionais.
3 - Mas outra preocupação aflora no quadro europeu. O gradual aumento da utilização de biocarburantes provocou a diminuição significativa do stock de um conjunto de cereais em numerosos países europeus, tendo contribuído também para o aumento substancial dos preços desses cereais. Esse aumento de preços cria dificuldades na economia das unidades empresariais do sector agro-pecuário e no próprio preço para os cereais destinados ao consumo humano. Todos estes efeitos se verificam na altura em que a União Europeia, nomeadamente o Parlamento e a Comissão Europeia se preparam para uma clara reestruturação da Política Agrícola Comum.
4 - Em qualquer caso, importa também fazer o ponto de aspectos essenciais da actual situação de dependência energética de boa parte da União Europeia, associando o quadro energético ao sistema envolvente geopolítico. E nesse contexto, importa sublinhar o papel decisivo da Rússia e potencialmente relevante da Turquia, bem como do Magreb e da Nigéria, no abastecimento energético à Europa. Quer a Rússia quer a Turquia estabelecem e planeiam "pipelines" e gasodutos com trajectos alternativos. Há uma necessidade de coordenar as políticas energéticas à escala europeia, o que se tem aliás revelado bem difícil, com vários acordos parcelares e nacionais, nomeadamente com a Rússia, completamente autónomos face a uma estratégia europeia qe se procura coordenar, também no domínio da Enrgia.
5 - Mas o debate destas questões pode ganhar outra amplitude, quando ultrapassa o âmbito Continental da União Europeia e se faz à escala intercontinental, num debate franco e aberto com a América Latina e nomeadamente com os nossos irmãos brasileiros, com larguíssima experiência e capacidade inovadora nestes domínios.
Muito obrigado pela vossa atenção.